O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereceu, no dia 16 de maio, denúncia contra 41 pessoas envolvidas nos confrontos entre torcidas organizadas de Sport e Santa Cruz, ocorridos em 1º de fevereiro— horas antes do “Clássico das Multidões” no Arruda, no Recife. A promotoria também requereu a prisão preventiva de oito acusados apontados como principais articuladores do ataque.
Confronto na Madalena: cenas de violência extrema
Os episódios violentos aconteceram na Rua Real da Torre, no bairro da Madalena, Zona Oeste. Vídeos gravados no local flagraram o momento em que torcedores da “Explosão Inferno Coral” (organizada do Santa Cruz) atacaram o presidente da torcida adversária, a “Jovem do Leão”, identificada como João Victor da Silva, de 28 anos. Nas imagens, a vítima aparece sem roupa, sofrendo socos, chutes e pauladas.
Lideranças e subgrupos respondem por tentativa de homicídio
Entre os oito indicados para prisão preventiva, seis são apontados como membros da Inferno Coral que participaram diretamente do ataque ao presidente rival:
Todos esses oito respondem pelos crimes de tentativa de homicídio, associação criminosa e participação em briga de torcida organizada.
Dinâmica do confronto: plano coordenado e brutalidade
A denúncia aponta que, segundo o MPPE, foram os membros da Jovem do Leão que, em menor número e sem escolta policial, teriam dado início ao conflito ao marchar pela região com explosivos, paus e pedras. Porém, foram dominados pelos rivais, que espancaram coletivamente.
“No bairro da Torre, se depararam com a torcida adversária,
que estava sendo escoltada pela Polícia Militar em duas viaturas, e, sem
qualquer hesitação, avançaram contra a rival”, descreve a peça do MPPE.
“O confronto evoluiu para agressões físicas diretas, com desferimento de golpes
de paus e barrotes — configura-se como verdadeiro ato de terrorismo urbano.”
Consequências para a vítima: internação e sequelas
O presidente da Jovem do Leão, João Victor, foi socorrido pelo Samu e levado ao Hospital da Restauração (HR). Foi internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), submetido a cirurgia e recebeu mais de 100 pontos na cabeça. Na mesma unidade, ele foi autuado em flagrante pela polícia.
Denúncia anterior contra torcedores da Jovem do Leão
Em fevereiro, logo após o confronto, o MPPE já havia denunciado seis integrantes da Jovem do Leão por envolvimento na briga. Naquele processo, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) aceitou a acusação, e todos os seis responderam como réus.
Ruptura no clássico e reforço na fiscalização
O episódio de 1º de fevereiro reforça a necessidade de ação coordenada entre Ministério Público, Polícia Civil e clubes, com foco na prevenção de conflitos entre torcidas. O MPPE lembra que brigas organizadas configuram crime e que a legislação penal prevê punições severas para atos de violência em eventos esportivos.
Resumo:
O MPPE ampliou a investigação sobre os violentos confrontos entre torcidas de
Sport e Santa Cruz, incluindo 41 novos denunciados e solicitando prisão
preventiva de oito líderes. O presidente da Jovem do Leão, gravemente
ferido, sobreviveu ao espancamento. Agora, a Justiça de Pernambuco analisará as
denúncias e tomará providências para responsabilizar os autores, em um esforço
para coibir o terrorismo urbano em dias de clássicos.