A cidade de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, foi palco de um caso chocante de maus-tratos contra animal silvestre, que gerou revolta nas redes sociais e levou à prisão em flagrante de dois homens nesta terça-feira (29). A ação foi realizada por policiais civis da 44ª Delegacia de Polícia de Goiana, sob coordenação do delegado Felipe Pinheiro.
A investigação teve início após a circulação de um vídeo que mostrava Eliel Marinho da Silva, conhecido como “Cobra”, cometendo atos brutais contra uma coruja, animal protegido por lei. Nas imagens, o homem aparece torturando, decapitando e ingerindo o sangue do animal, causando indignação pública.
Prisão em flagrante após denúncias e localização dos suspeitos
A reação popular e a rápida disseminação do conteúdo levaram à mobilização imediata da polícia. Em diligência no bairro Portelinha, os agentes localizaram Eliel em sua residência. No local, foram encontrados:
Durante a abordagem, Eliel confessou os crimes, incluindo a posse irregular de arma de fogo e os maus-tratos ao animal. Ele ainda revelou ter repassado um revólver calibre .38 a outro indivíduo identificado apenas como Wallasse.
Segundo envolvido foi liberado após pagamento de fiança
Em operação complementar, os policiais localizaram Wallasse em seu local de trabalho. Ele admitiu estar com o revólver e conduziu a equipe até sua residência, onde a arma foi apreendida. Wallasse foi autuado por receptação de arma de fogo, mas foi liberado após pagamento de fiança.
Já Eliel permanece preso e será apresentado em audiência de custódia. Segundo a Polícia Civil, o crime cometido por ele está enquadrado na Lei de Crimes Ambientais, que prevê penas severas para atos de crueldade contra animais silvestres.
Polícia reforça a importância da colaboração da população
O delegado Felipe Pinheiro destacou a gravidade do crime e elogiou a colaboração da população, que denunciou e compartilhou o vídeo com as autoridades. “A pronta resposta só foi possível graças ao trabalho dedicado da nossa equipe e à indignação popular que trouxe visibilidade ao caso”, afirmou o delegado.
Ele também alertou sobre o papel das redes sociais como instrumento de apoio às investigações: “O compartilhamento responsável de conteúdos como esse pode acelerar a apuração de crimes e contribuir diretamente para que autores de crueldade como esse sejam punidos”, completou.
Maus-tratos a animais: crime com pena de prisão
A Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) prevê pena de 2 a 5 anos de reclusão, além de multa e proibição de guarda, para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados.
Casos como o de Eliel, agravados pela violência e exposição pública do crime, podem resultar em punições mais severas, sobretudo quando envolvem espécies protegidas, como a coruja.